Texto apresentado júri oficial: “Com dois curtas e um longa na Mostra Tiradentes 2020, a presença de uma jovem fotógrafa evidencia um caminho sem volta e a urgência de se olhar, cuidadosamente, para um cinema que atravessa processos vitais, de formação e construção política. Os projetos de que ela participa recebem o tratamento de uma pesquisa rigorosa, sobre uma questão antiga, mas ainda pouco enfrentada: afinal, como filmar corpos negros?
Encontramos a força de uma perspectiva comprometida com a descolonização do fazer cinema, e celebramos em seu trabalho o acolhimento de uma questão ética incontornável ao nosso tempo. O que ela tem feito, articulada em coletivos, como o Coletivo de Diretoras de Fotografia do Brasil, ao qual o júri estende sua homenagem, é um cinema que assume para si a responsabilidade de enfrentar não apenas uma disputa de narrativas, mas a agencia de uma sensibilidade preta. Por saber que a pele é nossa primeira lente, e pelos modos como faz emergir novas imagens, premiamos uma fotógrafa em plena atividade, pela autonomia de um fazer cinematográfico que sim, atravessará os tempos.”
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